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quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Nero e seu discípulos

Na Roma antiga, um dos imperadores chamava-se Nero. É a respeito desta história e da sua relação com os dias de hoje que irei descrever um pouco.
“Nascido com o nome de Lúcio Domício Enobarbo, era descendente de uma das principais famílias romanas, pelo pai Cneu Domício Enobarbo e da família imperial Júlio-Claudiana através da mãe Agripina, a Jovem, filha de Germânico e neta de César Augusto. Ascendeu ao trono após a morte do seu tio Cláudio, que o nomeara o seu sucessor.
Durante o seu governo, focou-se, maiormente na diplomacia e o comércio, e tentou aumentar o capital cultural do Império. Ordenou a construção de diversos teatros e promoveu os jogos e provas atléticas. Diplomática e militarmente o seu reinado caracterizou-se pelo sucesso contra o Império Parto, a repressão da revolta dos britânicos (6061) e uma melhora das relações com Grécia. Em 68 ocorreu um golpe de estado de vários governadores, após o qual, aparentemente, foi forçado a suicidar-se. 
O reinado de Nero é associado habitualmente à tirania e à extravagância. É recordado por uma série de execuções sistemáticas, incluindo a da sua própria mãe e o seu meio-irmão Britânico, e, sobretudo pela crença generalizada de que, enquanto Roma ardia, ele estaria compondo com a sua lira, além de ser um implacável perseguidor dos cristãos. Estas opiniões são baseadas primariamente nos escritos dos historiadores Tácito, Suetônio e Dião Cássio. Poucas das fontes antigas que sobreviveram o descrevem dum modo favorável, embora haja algumas que relatam a sua enorme popularidade entre o povo romano, sobretudo no Oriente. 
A fiabilidade das fontes que relatam os tirânicos atos de Nero é atualmente controversa. “Separar a realidade da ficção, em relação às fontes antigas, pode resultar impossível.” Fonte: Wikipedia
Não obstante termos vários exemplos, em diferentes proporções, de outros “Neros” ao longo da nossa história a situação não muda. Quem nunca ouviu falar do grande incêndio de Roma?
Situação esta, semelhante à vivida em nosso município no dias de hoje. Senão, vejamos bem. O 18º GB instalado em Barueri atende de Cajamar a Juquitiba. Em algumas cidades ao longo desta área de atendimento foram instalados postos de bombeiros com uma infra-estrutura que atenda àquela região. Na cidade de Santana de Parnaíba também deveria existir um posto de bombeiros. Então porque não existe?
Novamente vamos ter que remontar a dias passados e a gestões municipais passadas para explicar este estapafúrdio. Em 1998, eleito prefeito de Santana de Parnaíba pela primeira vez, o Exmo. Sr. Prefeito assinou com o Estado de São Paulo um convênio para a execução dos serviços de bombeiros. Este convênio tem a validade de 15 anos e se encerra em 2013. Ele pode ser renovado, é claro. Mas sinceramente quem acredita em renovar algo que sequer foi cumprido ao longo destes 12 anos, desde a assinatura do documento. A desculpa no momento é que a prefeitura não tem dinheiro para construir este posto. Oras, se o grupo de políticos é o mesmo há 14 anos, se o atual prefeito está em seu terceiro mandato efetivo como é que não conseguiram em 12 anos angariar fundos para construir um posto de bombeiros?
Pasmem! Existem empresas particulares interessadas em construir o posto sem qualquer ônus para a prefeitura. Existem também empresas interessadas em pintar, mobiliar e deixar o posto em condições de uso, sem qualquer ônus para a prefeitura. Gente será que eu fui suficientemente claro? SEM QUALQUER ÔNUS PARA A PREFEITURA.

Portanto as desculpas, como sempre, são esfarrapadas.

Para deixar a situação um pouco mais confusa o prefeito juntamente com alguns de seus secretários (ou seria melhor chamá-los de sectários?) fazem reuniões escondidas com o Comandante do 18º GB mostrando plantas baixas do posto, discutindo a respeito de como viabilizar não só a construção como a manutenção deste posto. Meu Deus! A construção do posto não seria um problema se o Exmo. baixasse sua soberba e aceitasse que as empresas particulares interessadas fizessem aquilo que estão dispostas a fazer. Existe, porém o outro lado, a manutenção. Um posto de bombeiros, nos moldes proposto pelo 18º GB similar ao já construído em Cajamar, composto de um carro Auto-Bomba, uma unidade de Resgate e um veículo de serviço, com uma guarnição de aproximadamente 32 homens custaria em torno de R$ 720.000,00 (Setecentos e vinte mil Reais) por ano.
Vou tentar destrinchar mais este “imbróglio”. As viaturas mais caras, Auto-Bomba e unidade de Resgate, serão doadas pelo Estado. Leia-se Corpo de Bombeiros do Estado de São Paulo. Resta ainda o custo de manutenção. É aí que a coisa fica mais difícil. Difícil do ponto de vista de quem quer ter o direito de meter a mão em todo e qualquer dinheiro do município sem ter que dar satisfações a respeito de sua destinação. Não estou aqui dizendo que o dinheiro arrecadado é mal usado ou usado de forma desonesta. Longe de mim tal afirmação.
Acontece que pelo regulamento interno do Corpo de Bombeiros do Estado de São Paulo o município precisa aprovar uma lei específica que crie um fundo municipal para a manutenção do posto de bombeiros. Esta lei precisa: 1) Dar destinação específica dos valores arrecadados somente para a utilização do CB, 2) Este dinheiro teria que ser depositado em conta totalmente separada das contas existentes da prefeitura e 3) Teria que ser criado, através desta lei, um comitê gestor para fiscalizar a utilização correta do dinheiro. Normalmente este comitê é composto de uma pessoa do Ministério Público, o Comandante do GB da região, um membro da prefeitura indicado pelo poder executivo e um membro da sociedade civil. Caso a lei apresentada pelos vereadores não contemple todos estes aspectos o Corpo de Bombeiros não se compromete a ocupar o posto.
Acredito que tenhamos chegado ao cerne da questão. Hoje todo o dinheiro arrecadado é gasto conforme desejos e desígnios do poder municipal. Isso não poderia ocorrer com o fundo de manutenção do posto do Corpo de Bombeiros.
Várias entidades civis vêm se mobilizando para a construção de um posto do CB em nosso município. Todas elas são motivo de escárnio por parte de uma pessoa despreparada para lidar com o munícipe.
No dia 14 de Novembro p.p., aniversário de Santana de Parnaíba, foi feita uma homenagem ao Exmo. Sr. Prefeito Municipal. Ao chegar à tribuna para discursar o que menos se viu foram homenagens à cidade que ele representa. Falou de si, dos seus feitos, da sua maravilhosa gestão ao longo destes 14 anos. Falou mal daqueles que se impunham entre a sua vontade e os desejos eventualmente apresentados pelos munícipes. Criticou entidades civis representativas da municipalidade e também de órgãos estaduais de segurança pública.
Acho que está na hora de fazermos algo. Não é mais possível continuar sob o jugo de pessoas centralizadoras, despreparadas e que já demonstraram que não tem condições sérias de realizar um trabalho para o qual foram eleitos.

Até a próxima!

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